
Os mais antigos dizem que na política não existe documento: o que vale é a palavra, o fio do bigode, a confiança e o compromisso. Esse é o pano de fundo para uma conversa que vem ganhando corpo nas últimas semanas, repercutindo nas redes sociais, nos jornais e no rádio, sobretudo em Salvador e em Feira de Santana: o prefeito Zé Ronaldo, figura emblemática da política baiana e campeão de mandatos em Feira, estaria de malas prontas para desembarcar no Palácio de Ondina como vice na chapa de Jerônimo Rodrigues para a reeleição ao governo da Bahia.
A lembrança mais imediata, e ainda dolorida para muitos, é da última eleição estadual. Naquele momento, havia uma expectativa generalizada, sobretudo entre correligionários de ACM Neto, de que Zé Ronaldo seria o escolhido como vice. Afinal, além de sua força política em Feira, representava uma base consolidada e fidelidade ao projeto carlista. No entanto, Neto surpreendeu ao optar pela empresária Ana Coelho para a composição da chapa. O resultado todos sabem: derrota nas urnas e, de quebra, um ressentimento político que não foi apagado.
Agora, ganha força a hipótese de que Zé Ronaldo, em um gesto que muitos interpretam como uma espécie de “pitada de vingança” contra Neto, estaria disposto a se alinhar ao atual governador Jerônimo Rodrigues. Seria um movimento drástico, sem dúvida, afinal, Ronaldo sempre foi visto como um dos nomes mais expressivos do Carlismo.
Resta saber se essa articulação vai realmente se concretizar. O certo é que, se confirmada, mexerá profundamente com o tabuleiro político baiano. Um rompimento dessa natureza poderia redesenhar alianças históricas e abrir novas possibilidades para 2026.
