Com cerca de 1.800 moradores segundo IBGE, Cercadinho celebra 40 anos como distrito de Vitória da Conquista

Um trecho de 84 quilômetros, partindo do asfalto da Rodovia Santos Dumont (BR-116), por uma estrada de chão, separa a zona urbana de Vitória da Conquista da Vila de Cercadinho, o mais distante dos 11 distritos do município. No coração de um vale encravado na paisagem seca da Caatinga vivem cerca de 1.800 pessoas, segundo o último censo do IBGE. O local é marcado por muita história e poesia.

Um trecho de 84 quilômetros, partindo do asfalto da Rodovia Santos Dumont (BR-116), por uma estrada de chão, separa a zona urbana de Vitória da Conquista da Vila de Cercadinho, o mais distante dos 11 distritos do município. No coração de um vale encravado na paisagem seca da Caatinga vivem cerca de 1.800 pessoas, segundo o último censo do IBGE. O local é marcado por muita história e poesia.

Antes de se chamar Cercadinho, a vila era conhecida como Gerais, nome que perdurou até o declínio do garimpo. O relato mais convincente sobre a origem do novo nome é referente à Fazenda Cercadinho, de propriedade de Pedro Dias da Silva, um dos pioneiros da região.Entre as vozes que guardam a história local está seu Juraci Gomes da Silva, filho de Pedro Dias e um dos primeiros moradores. Nascido em 1934, ele viveu as transformações do distrito desde o auge do garimpo até a chegada da energia elétrica e das melhorias recentes em infraestrutura, como o programa municipal Brilha Conquista.

“Quando chegaram os primeiros moradores, nos anos de 1930, o lugar era conhecido como Gerais”, relembra. “Vi muitos nascerem e crescerem. Cheguei até a aplicar vacina em um tempo em que não havia posto de saúde. Hoje melhorou e mudou muita coisa, mas o lugar continua pacífico”, conta Juraci.

Poesia e história nas mãos de dona Ana Gomes

Prima de seu Juraci, dona Ana Gomes, de 92 anos, é considerada uma “historiadora” do distrito. Autora de textos e poesias que registram a trajetória da vila, ela é guardiã de lembranças do tempo em que o garimpo do Cristalão, segundo ela, “fervilhava de vida”.

Segundo Ana, o auge da mineração deu lugar, nos anos 1940, à extração do pó da palha do coqueiro, utilizado como adubo e substrato agrícola. O trabalho, porém, durou pouco, como ela mesma registra em versos de seu livro intitulado História de Cercadinho.

“Com Deus tudo é possível e nada fazemos só.
Já falamos muito das pedras, agora vamos falar do pó…
No ano de 1943, o serviço começou.
E durou pouco tempo, pois o coqueiro acabou.”

Comentários
Instagram